7 de março de 2017

Tecpar vai produzir medicamentos para o SUS

O Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) é uma das três instituições brasileiras que irão desenvolver medicamentos monoclonais e insumos biológicos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Nesta segunda-feira (6), a governadora em exercício Cida Borghetti participou da solenidade de oficialização, pelo Ministério da Saúde, da lista dos insumos que serão produzidos pelo Tecpar, que ficará responsável por quatro medicamentos utilizados no tratamento de artrite, câncer e doenças autoimunes.

Na mesma ocasião, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou o contrato de aquisição de 30 milhões de doses da vacina antirrábica produzida pelo instituto.

A produção dos insumos será concentrada no Parque Biotecnológico do Tecpar em Maringá, na região noroeste, localizado em uma área transferida pela prefeitura no bairro Borba Gato.

A lista de medicamentos distribui entre o Tecpar, a Fiocruz/Biomanguinhos (RJ) e o Instituto Butantan (SP) a elaboração de produtos biológicos estratégicos para o SUS, que até então eram importados. As três instituições farão a produção de 26 biofármacos, por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A nova distribuição das PDPs, que prevê transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e privados, foi lançada no ano passado pelo Ministério da Saúde.

A expectativa do Ministério da Saúde é que, com os projetos, haja um investimento privado de R$ 6,4 bilhões, a construção de pelo menos três novas fábricas, geração de mais de 7,4 mil vagas de empregos qualificados, além do envolvimento de cerca de 450 doutores especializados em pesquisas para auxiliar o desenvolvimento de medicamentos e produtos para a saúde.

Além disso, de acordo com o ministro Ricardo Barros, a nacionalização da produção dos medicamentos fornecidos pelo SUS garantirá uma economia de até 30% ao ano. “O Ministério importa em torno de R$ 8 bilhões em medicamentos de alto custo. Alguns deles já estão com a transferência tecnológica em andamento. Os que estão anunciados nesta publicação iniciarão agora sua produção no Tecpar, Fiocruz e Butantan, com a parceria de diversos laboratórios”, explicou.

“Eles produzem os medicamentos e vendem ao governo brasileiro mais barato, inicialmente com 30% de desconto. A cada ano eles são obrigados a reduzir em 5% o valor dos produtos”, afirmou. “Esse processo é muito importante para o Brasil, porque nos dá economia imediata e perspectiva de ter tecnologia do País para estes e para novos medicamentos que serão produzidos”, disse Barros.

Medicamentos

O Tecpar será responsável pelo desenvolvimento de quatro produtos: Bevacizumabe, Etanercepte, Infliximabe e Trastuzumabe. A previsão é que o instituto arrecade até R$ 500 milhões por ano, a partir de 2018, com o fornecimento dos insumos.

O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, explicou que o instituto fornece medicamentos ao Ministério da Saúde desde 1944 e tem ampliado o seu escopo de produtos. “A partir deste projeto do governo federal de criar um complexo econômico e industrial da saúde, fomos convidados a desenvolver tecnologias para o fornecimento de novos medicamentos, em parceria com empresas brasileiras e multinacionais detentoras das patentes”, disse.

“Este é apenas o início do processo, porque a política do governo federal é de continuar incentivando que os laboratórios públicos ampliem sua participação na produção de medicamentos”, completou.

Vacina antirrábica

O ministro da Saúde assinou ainda o contrato que prevê o fornecimento pelo Tecpar de 30 milhões de doses da vacina antirrábica para serem utilizadas nas campanhas de vacinação de cães e gatos deste ano. O Tecpar é fornecedor da vacina antirrábica ao Ministério há mais de 40 anos e atualiza frequentemente o seu processo produtivo, alcançando novos patamares de qualidade, nivelando-se aos produtores mundiais.

Atualmente, o Tecpar utiliza o método de perfusão, que amplia a capacidade de produção da vacina. A combinação desse método com outras tecnologias deu origem ao processo cujo pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – Processo compacto de produção de vacina antirrábica veterinária utilizando células BHK-21, vírus PV e método de perfusão.

A princípio, o Tecpar vai realizar em Maringá a obra para a construção da fábrica de finalização e envase de medicamentos e vacinas, que vai dar suporte à produção da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão ali produzidos.

A unidade de fill and finish tem como objetivo fazer a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local. A produção desses medicamentos biológicos pelo Tecpar deve gerar pelo menos 250 empregos diretos e qualificados, além de envolver mestres e doutores para auxiliar no desenvolvimento dos novos produtos.

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